Governança corporativa: uma visão completa sobre os 5 principais modelos
A governança corporativa é uma prática essencial para o bom funcionamento das empresas, proporcionando transparência, eficiência e confiança aos stakeholders. Conhecer esses modelos é fundamental!
11
09
2023
A governança corporativa é uma prática essencial para o bom funcionamento das empresas, proporcionando transparência, eficiência e confiança aos stakeholders.
No entanto, há diferentes modelos de governança corporativa adotados ao redor do mundo. No texto a seguir, listamos os cinco modelos mais importantes.
Conhecer esses modelos é fundamental para compreender as diversas abordagens de governança corporativa e suas implicações no contexto global.
O que é governança corporativa
A governança corporativa pode ser entendida como um conjunto de práticas e processos que visam implementar uma cultura empresarial sólida e de qualidade, com o propósito de melhorar a gestão das empresas.
Essa governança é fundamentada em quatro princípios essenciais:
- Transparência
- Equidade
- Prestação de contas
- Responsabilidade corporativa
O objetivo da governança corporativa é impactar diversos aspectos da empresa, desde suas políticas internas até as relações com fornecedores, clientes, bancos e a comunidade em geral.
A implementação eficaz da governança corporativa pode garantir uma relação saudável com terceiros, como fornecedores sustentáveis e responsáveis, fortalecendo a reputação da empresa.
Uma boa governança é essencial para a administração das empresas, exercendo autoridade e poder para tomar decisões embasadas em ética, transparência, segurança, crescimento e resultados.
Isso se traduz em boas práticas que aumentam a confiança de todos os stakeholders envolvidos, como investidores, acionistas, fornecedores, colaboradores, clientes, sociedade e governo.
Além disso, a governança corporativa busca proporcionar uma tomada de decisão baseada em informações claras e precisas, contribuindo para a mitigação de riscos e a melhoria do desempenho organizacional.
Portanto, a governança corporativa é um pilar fundamental para a sustentabilidade e o crescimento das empresas, e sua implementação eficiente pode proporcionar vantagens competitivas significativas no mercado.
Os 5 modelos de Governança Corporativa
Embora se trate de uma disciplina mundialmente conhecida, a governança corporativa adota diferentes critérios ao redor do mundo, fazendo com que sua aplicação tenha diferentes modelos de referência, particularidades e abordagens.
Cada um desses modelos traz aspectos distintos de governança, refletindo as características culturais e econômicas de suas regiões de origem. São eles:
- O Modelo Alemão
- O Modelo Anglo-Saxão
- O Modelo Japonês
- O Modelo Latino-Americano
- O Modelo Latino-Europeu.
Conhecer esses modelos é fundamental para compreender as diversas abordagens de governança corporativa e suas implicações no contexto global.
Modelo Alemão de Governança Corporativa
O modelo alemão de governança corporativa é conhecido como "Sistema de Governança em Participação". Nele, a colaboração entre acionistas, trabalhadores e outros stakeholders é um aspecto central.
As empresas possuem conselhos de administração e conselhos de supervisão, sendo este último responsável por fiscalizar as decisões tomadas pelo conselho de administração.
O objetivo é equilibrar os interesses de todos os envolvidos e garantir uma gestão mais sustentável e de longo prazo.
Algumas das principais características desse modelo são:
- Conselhos de Administração mistos: O sistema alemão preza pela diversidade no conselho de administração, que é composto por membros internos e externos, incluindo representantes dos trabalhadores.
- Participação dos trabalhadores: A legislação alemã estabelece a presença de representantes dos trabalhadores nos conselhos de empresas com mais de 2.000 funcionários e a criação de um conselho de trabalhadores separado para empresas com mais de 500 funcionários.
- Foco em longo prazo: As empresas alemãs concentram-se em investimentos a longo prazo e desenvolvimento sustentável em detrimento do foco exclusivo em lucros imediatos.
- Transparência financeira: As empresas cotadas na bolsa de valores são obrigadas a divulgar informações financeiras detalhadas, incluindo demonstrações financeiras anuais e trimestrais, bem como relatórios de governança corporativa.
Neste modelo, os bancos têm um papel relevante, seja fornecendo crédito para financiamento das empresas ou atuando como acionistas.
A gestão compartilhada entre empresa e acionistas, representada pelos dois conselhos distintos, busca o equilíbrio entre os interesses dos stakeholders e o crescimento sustentável.
Um exemplo notável do modelo alemão é a Volkswagen, cujos principais acionistas são a Porsche Automobil Holding SE, a cidade de Hanover e a Qatar Holding.
Esse modelo se destaca por promover a colaboração e a transparência, criando um ambiente de governança que visa o bem-estar de todos os envolvidos.
Modelo Anglo-Saxão de Governança Corporativa
O modelo anglo-saxão de governança corporativa é amplamente conhecido por seu foco na geração de valor e desempenho financeiro para os acionistas.
Nele, há uma clara separação entre a administração do negócio e os acionistas, cada um com papéis distintos. Algumas das principais características desse modelo são:
- Desempenho financeiro: O objetivo central desse modelo é maximizar os lucros e retornos para os acionistas, buscando criar riqueza para a empresa como um todo.
- Separação de papéis: Os gestores e acionistas atuam de forma independente, e as decisões importantes são submetidas à votação dos acionistas.
- Controle acionário: O poder de decisão concentra-se nos acionistas, que possuem hierarquia sobre a administração e definem as diretrizes para a obtenção de maior remuneração sobre o capital investido.
- Proteção dos acionistas minoritários: O conselho de administração contém tanto membros "insiders" (diretores executivos) quanto "outsiders" (diretores não executivos ou independentes) para garantir a proteção dos interesses dos acionistas minoritários.
- Comunicação efetiva: Para o bom funcionamento desse modelo, é essencial uma comunicação efetiva entre os acionistas, a administração e o conselho, garantindo que os interesses dos acionistas sejam adequadamente representados.
A governança corporativa anglo-saxã é caracterizada pela distribuição das decisões, tornando difícil encontrar acionistas com mais de 10% de participação na empresa.
Apesar da menor participação dos acionistas nas decisões, é essencial implementar medidas protetivas para evitar fraudes e irregularidades e assegurar que seus interesses sejam preservados.
Um exemplo notável do modelo anglo-saxão é a Netflix, cujas principais ações estão dispersas entre diversos acionistas institucionais, como o Vanguard Group, Inc., Blackrock Inc., e State Street Corporation.
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Modelo Japonês de Governança Corporativa
O modelo japonês de governança corporativa se destaca por enfatizar a colaboração entre empresas e seus stakeholders, incluindo acionistas, trabalhadores e fornecedores.
Nesse sistema, algumas das características principais incluem a composição de conselhos de administração por membros internos e externos, valorizando a diversidade e expertise específica.
Além disso, o envolvimento dos trabalhadores nas decisões é enfatizado, garantindo que suas preocupações sejam consideradas.
Outros aspectos relevantes do modelo japonês são o enfoque no sucesso a longo prazo, privilegiando estratégias mais conservadoras e a busca por resultados sustentáveis, e o relacionamento próximo com fornecedores, visando a qualidade e confiabilidade dos produtos.
A transparência financeira também é um pilar fundamental desse modelo, com as empresas sendo obrigadas a divulgar regularmente informações sobre suas finanças e desempenho.
É importante mencionar que, apesar das vantagens, o modelo japonês de governança corporativa enfrentou críticas por sua relativa lentidão na adoção de mudanças.
Por outro lado, empresas que adotam esse modelo valorizam a criação de um ambiente mais colaborativo, com maior participação de acionistas nas decisões diárias, resultando em um sistema que se aproxima do modelo de governança brasileiro e é comumente utilizado em empresas familiares.
Modelo Latino-americano de Governança Corporativa
O modelo latino-americano de governança corporativa apresenta algumas características distintas em relação a outros sistemas. Notavelmente, empresas familiares exercem grande influência no mercado, concentrando o controle acionário em poucos grupos.
Esse cenário pode levar a uma concentração de poder de decisão nas mãos dos acionistas majoritários, muitas vezes pertencentes à família controladora.
Além disso, é comum a participação ativa do Estado na governança corporativa, com um papel relevante na regulamentação e fiscalização das empresas.
Esse envolvimento pode afetar as decisões e diretrizes do negócio, impactando não apenas os acionistas, mas também os trabalhadores, clientes e comunidades locais.
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Nesse modelo, não há uma clara divisão entre propriedade e capital, o que pode levar a decisões que favorecem os detentores de maior controle acionário, em detrimento dos demais.
Enquanto empresas familiares dominam o cenário corporativo, as privatizações de antigas empresas estatais têm trazido a criação de companhias com capital mais diluído, proporcionando uma governança corporativa potencialmente mais equilibrada e efetiva.
Modelo Latino-Europeu de Governança Corporativa
O modelo latino-europeu de governança corporativa apresenta características semelhantes ao modelo latino-americano, com o patrimônio concentrado em algumas corporações familiares de grande porte.
Grupos de empresas consorciadas também podem deter esse patrimônio, resultando em uma governança corporativa fraca, com baixo controle externo sobre as decisões dos negócios e pouca proteção aos acionistas minoritários.
Assim como no modelo latino-americano, os grupos familiares têm um papel central nesse sistema, e as decisões geralmente partem dos acionistas majoritários, favorecendo seus interesses em detrimento dos demais stakeholders da empresa.
Por outro lado, o modelo latino-europeu também apresenta uma combinação com características do modelo anglo-saxão, com uma tendência de abertura de capital e uma maior presença de outsiders independentes nas organizações.
No entanto, a proteção aos acionistas minoritários é menor e o mercado de capitais tem uma relevância reduzida em comparação ao sistema anglo-saxão.
A liquidez do mercado também costuma ser menor, e as presidências do Conselho Administrativo e da diretoria muitas vezes são ocupadas por pessoas distintas, com uma presença crescente de conselheiros independentes externos.
Exemplo do modelo latino-europeu de governança corporativa pode ser observado na Ferrari, uma das montadoras mais icônicas do mundo, com duas famílias italianas, Ferrari e Agnelli, como seus principais acionistas, detendo mais de 30% das ações e exercendo forte influência no conselho diretivo da empresa.
Ferramentas que podem auxiliar na governança corporativa
Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas têm se encontrado numa busca constante por aprimoramento e inovação.
Na era da informação, no entanto, não só o desempenho e a qualidade de serviço têm sido levados em consideração para o bom posicionamento de uma marca.
Credibilidade e reputação agora são também construídos a partir de critérios como o ESG, GPTW, compliance e transparência na demonstração de contas, balanço e saúde financeira.
Cada vez mais elas têm percebido que a responsabilidade corporativa é necessária para minimizar prejuízos. Quando dirigidas, monitoradas e incentivadas corretamente, as organizações podem se manter seguras.
As boas práticas de governança vão desde uma gestão financeira responsável até uma prestação de contas transparente e, para promovê-las, muitas vezes é necessário contar com algumas ferramentas.
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